Conheça a Guitarra Telecaster

MODELOS CLÁSSICOS DE GUITARRA – Por Gustavo Lacerda e Gustavo Fofão

Continuando com o tema “Modelos Clássicos de Guitarra”, hoje vamos apresentar a primeira guitarra de corpo sólido a fazer sucesso, apresentada em 1951, que hoje é conhecida como Telecaster.

TELECASTER

Em 1948, foi projetado por Leo Fender um modelo de guitarra de corpo maciço que possuía apenas um captador na posição da ponte. Esse modelo, lançado em 1950, era conhecido como Esquire. No mesmo ano, o modelo foi modificado e produzido com um captador na posição braço, além do que a guitarra já possuía na posição ponte. Esse novo formato recebeu o nome de “Dual-Esquire”. Por serem modelos de guitarra que não possuíam tensor para a regulagem do braço do instrumento,a maioria das guitarras estavam sendo devolvidas por reclamações de empenamento no braço. Leo Fender lançou a guitarra dessa maneira, pois acreditava que seria mais fácil trocar o braço dos instrumentos que ocorressem esse problema. Por isso, a “Dual Esquire” foi relançada com tensor no braço e ganhou um novo nome: “Broadcaster”. Porém, esse nome novo não durou muito tempo, pois a marca “Gretsch” possuía uma linha de baterias com o nome de “Broadkaster”. Então finalmente, em 1951, a guitarra ganhou o nome de
“Telecaster”, e possui esse nome até os dias atuais.

TIMBRE
A Telecaster tem um timbre muito marcante, porém é comum confundirem o seu timbre com a Stratocaster. Por isso, vamos comparar a “Tele” com a famosíssima Stratocaster para facilitar essa diferenciação. Uma das características que enganam os nossos ouvidos quando escutamos esses modelos é o estalado. Enquanto a Stratocaster tem um timbre com o estalado “Quack” a Telecaster se diferencia com o timbre estalado conhecido como “Twang”, além disso a Telecaster é uma guitarra com timbre mais presente que as “Stratos”. Um grande diferencial na “Tele”, é a possibilidade de combinar os captadores das posições Braço e Ponte. Uma combinação que não é possível fazer com as Stratocasters.

Para ilustrar, recomendamos que escute essas duas músicas e compare os seus timbres:
Stratocaster: “Texas Flood”, do Bluesman Stevie Ray Vaughan
Telecaster: “In Your Town”, do Guitarrista Rory Gallagher

CARACTERÍSTICASTÉCNICAS

CONSTRUÇÃO BÁSICA: a Telecaster, é uma guitarra geralmente de corpo de madeira sólido e de construção bastante simples, com um design que proporciona bastante conforto e firmeza para o guitarrista. Normalmente é construída com um braço de 22 trastes parafusado ao corpo. O seu formato é muito confortável e permite ao guitarrista bastante facilidade para fazer solos em regiões do braço que ultrapassam a décima segunda casa. Da mesma maneira que na Stratocaster, o braço parafusado ao corpo traz para a guitarra uma contribuição para os timbres estalados e brilhantes. A falta de contato entre braço e corpo diminui a região de ressonância das frequências geradas pelas cordas da guitarra, e fazem que o timbre seja mais cortante. Outros fatores, como madeira e tipos de captadores, também contribuem para o timbre característico da Telecaster, porém, é possível manipular o som dos captadores com o knob de tone,
e alcançar timbres aveludados. O modelo clássico dessa guitarra é construído com apenas dois captadores Single-Coils, um na posição ponte, e outro na posição braço. A combinação dos dois captadores geram um timbre muito marcante do modelo.

PONTE: a ponte utilizada na Telecaster Clássica é bastante específica. É uma ponte fixa, com as séries Vintage, com 3 carrinhos ou Saddles, e as mais modernas com 6. Essa ponte tem uma extensão que alcança o captador da posição ponte, fazendo com que o captador fique instalado de uma maneira, como se estivesse dentro da ponte.
O material da ponte é fundamental na definição do timbre do captador instalado em sua posição. As pontes de material ferroso, provocam a expansão do campo magnético do captador, alterando o seu timbre. Já a ponte de latão, não magnética, não possui tanta interferência no timbre do captador, provocando um resultado bem diferente do que é causado pela ponte ferrosa.

Para explicar sobre a relação do material da ponte com o captador de sua posição, vamos falar um pouco mais sobre os captadores.

CAPTADORES: o modelo clássico de Telecaster possui 2 captadores single-coil. Porém, existem modelos com outras configurações, como captadores Humbuckers na posição de ponte e braço, e outras com 3 single coils, como nas Stratocasters.
As posições de captadores mais comuns em uma “Tele” são braço e ponte. Cada uma possui diferentes características de timbres que podem ser escolhidos e combinados com a chave seletora de captadores de 3 posições. Sendo assim, é possível conseguir timbres muito distintos.

POSIÇÃO 1: CAPTADOR PONTE
Timbre mais aberto, com reforço nas frequências agudas, bem cortante e estalado. Como vimos anteriormente, a ponte tem papel fundamental na definição do timbre desse captador. Agora vamos entender quais os efeitos que a ponte de material ferroso, material magnético, e a ponte de latão, material não magnético, vão causar no timbre da Telecaster.

Ponte de Material Ferroso, Magnético:
A sonoridade do captador single com a ponte ferrosa remete ao timbre encorpado e com reforço de médios. É um timbre bastante clássico com uma grande presença do famoso “Twang” das Telecasters. Um fator importante é que esse efeito causado pela ponte ferrosa só vai ocorrer com captador single-coil. Com captador Dual-Blade/Hambucker, a ponte vai atrair os dois campos magnéticos opostos do captador, comprometendo assim a eficiência do mesmo. Para utilizar esse tipo de captador, é recomendável que seja combinado com uma ponte de material não magnético.

Ponte de “latão/brass”, material não-magnético:
Combinado com uma ponte sem ferro, não ocorre interferência no campo magnético do captador. Assim, o resultado é um timbre mais seco, claro e agudo, favorecendo a timbres limpos e com bastante ataque. Esse tipo de ponte, é ideal para combinar com captadores dual-blades/hambuckers.

A música Can’t Stop da banda Red Hot Chili Peppers é um ótimo exemplo para representar o timbre da posição 1 da Telecaster.

Você também pode conferir o timbre dessa posição nesse vídeo demonstrativo da Fender:

POSIÇÃO 2: CAPTADOR PONTE + BRAÇO
A posição 2 combina a sonoridade dos dois captadores, gerando um timbre bem completo. Ponderando entre o timbre estalado do captador da ponte, e o grave presente do captador do braço. Equalizando de forma bem equilibrada as frequências dos dois captadores e gerando um timbre muito característico das Telecasters.

Confira o timbre da Posição 2, nesse vídeo demonstrativo da Fender:

POSIÇÃO 3: CAPTADOR BRAÇO
Nessa posição o seu timbre permanece bastante presente e se torna um pouco fechado devido ao reforço de graves, deixando o som da guitarra mais encorpado. Porém, não perde o seu timbre estalado. Como característica da posição braço, é muito interessante para solos, e solta notas bem definidas.

Para conhecer melhor o timbre da Posição 3, confira o vídeo da música “In Your Town”, do Guitarrista Rory Gallagher:

Confira também nesse vídeo demonstrativo da Fender:

KNOBS
A Telecaster é uma guitarra que possui apenas dois knobs, um de volume e um de tone.
Knob de volume: posicionado próximo à chave seletora de captadores, e tem a função de regular o volume de todos os captadores do instrumento.
Knob tone: se posiciona próximo ao jack, e tem a função de variar os timbres dos captadores. Quanto mais “fechado” (próximo do 0), mais “grave” fica o timbre.

MADEIRAS MAIS COMUNS
CORPO
Vamos encontrar Telecasters construídas com o corpo desses três tipos de madeiras: ash, alder e maple. As “Teles” que possuem o corpo em ash tem um ataque bastante reforçado, e médios e graves definidos. Além de ser bem densa, é uma madeira muito resistente. As construídas com o corpo em alder possuem graves ricos e definidos, resultando em um timbre mais quente. Não tem tanto ataque quanto as que possuem o corpo em ash, porém, ganham bastante em sustain. As Telecasters com o corpo em maple se destacam pelo timbre bastante preciso, com muito brilho e graves apertados.

BRAÇO
As telecasters mais clássicas possuem o braço em maple com escala em maple. Essa combinação é característica fundamental nas Telecasters tradicionais. O maple é uma madeira clara que marca o seu visual, e contribui com um timbre brilhante e estalado. Combinado com outras características do modelo, resultam em seu timbre clássico, que é tão explorado pelos músicos de country. Já as “Teles” mais modernas, são construídas com o braço em maple e escala em rosewood, uma combinação que resulta em um som mais quente e fechado. Soa tão interessante quanto a variante mais brilhante, pois proporciona novas nuances e torna as vozes dos acordes mais ricas.

ESTILOS QUE MAIS COMBINAM
A Telecaster é um modelo de guitarra que tem um timbre muito característico, e atrai guitarristas de diversos gêneros musicais. Tradicionalmente é uma guitarra muito comum no country, blues e rock. Porém, por ser muito versátil, é muito explorada por guitarristas que exploram sons mais pesados, como rock moderno e heavy metal. Sem dúvidas, é uma guitarra muito versátil, que funcionará para tocar vários estilos musicais distintos.

GUITARRISTAS FAMOSOS QUE UTILIZAM

Muddy Waters (1913 – 1983) – Música: Honey Bee
Albert Collins (1932 – 1993) – Música: If Trouble Was Money
James Burton (1939) – Música: Carmelita
George Harrison (1943 – 2001) – Banda: The Beatles – Música: Dig a Pony
Keith Richards (1943) – Música: Satisfaction
Albert Lee (1943) – Música: Country Boy
Jeff Beck (1944) – Música: Rosebud
Clarence White (1944 – 1973) – Música: The Byrds – Eight Miles High
Danny Gatton (1945 – 1994) – Música: Funky Mama
Pete Townshend (1945) – Música: The Who – Eminence Front
David Gilmour (1946) – Música: Run Like Hell
Rory Gallagher (1948 – 1995) – Música: In Your Town 
Bruce Springsteen (1949) – Música: The Ghost Of Tom Joad
Joe Strummer (1952 – 2002) – Música: The Clash – Tommy Gun
Mike Stern (1953) – Música: Chromazone
Vince Gill (1957) – Música: One More Last Chance
Andy Timmons (1963) – Música: Headed For The Ditch
Noel Gallagher (1967) – Banda: Oasis Música: Wonderwall
Keith Urban (1967) – Música: You Won
John Frusciante (1970) – Banda: Red Hot Chili Peppers – Música: Can’t Stop
Richie Kotzen (1971) – Música: The Shadow
John 5 (1971) – Música: Sugarfoot Rag
Jim Root (1971) – Banda: Slipknot – Música: Psychosocial
Alex Krapanos (1972) – Banda: Franz Ferdinand Música: Take Me Out
Brad Paisley (1972) – Música: Camouflage
Rodrigo Amarante (1976) – Música: Último Romance
Joe Bonamassa (1977) – Música: Takin The Hit

Conheça o modelo Stratocaster aqui.
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Conheça a Guitarra Les Paul

MODELOS CLÁSSICOS DE GUITARRA – Por Gustavo Lacerda e Gustavo Fofão

Continuando com o tema “ Modelos Clássicos de Guitarra “, hoje vamos aprender
um pouco sobre mais uma super guitarra, que desde os anos 50 é apreciada por
guitarristas em todos os cantos do mundo. O modelo clássico de hoje é a lendária Les
Paul.
Conheça o modelo Stratocaster aqui.

LESPAUL

HISTÓRIA
A Guitarra Les Paul é resultado de uma parceria feita nos anos 50 entre a Gibson Guitar
Corporation e o famoso guitarrista e inventor, Les Paul. Devido ao sucesso que a guitarra
Fender Telecaster vinha fazendo, Ted McCarty, então presidente da Gibson, convidou Les
Paul, um dos músicos mais populares da época, para ser endorser da marca de guitarras para ganhar mais destaque. É importante lembrar que Les Paul fabricava as suas próprias guitarras, inventou a gravação multipista, e foi um dos pioneiros na
criação de modelos de guitarra com corpo de madeira sólido. Essa parceria entre o
guitarrista e a Gibson resultou na criação da primeira guitarra de corpo sólido da marca.
Em 1951 houve um acordo de que a nova guitarra, que ganharia o nome de Les Paul,
seria fabricada com o objetivo de ser um instrumento de altíssima qualidade, alto valor, e
se tornaria um modelo tradicional da marca. Com o intuito de competir com as Telecasters da marca concorrente, o novo modelo era bastante diferenciado: com algumas características herdadas das já conhecidas guitarras acústicas e semi acústicas da Gibson, a Les Paul foi criada com o corpo curvado e o braço colado no corpo, diferenciando das Fenders, que eram fabricadas com o braço parafusado.
Por ter o braço colado, a Les Paul ganhou uma grande contribuição para o seu timbre
marcante. Outro diferencial foi o uso da ponte fixa, com as cordas fixadas na parte superior do corpo do instrumento, bem diferente das guitarras fabricadas com ponte tremolo, onde as cordas atravessavam o corpo da guitarra para serem fixadas na parte traseira. Os modelos Les Paul começaram a ser comercializados no ano de 1952, e a Les Paul Goldtop foi a primeira a ser comercializada. Depois dela, a Gibson lançou várias outras séries do instrumento, dentre elas: a Les Paul Custom (1954), Special (1955), Standard (1958), Deluxe (1968), etc… cada uma com alterações em sua construção e características diferenciadas, como captadores, madeiras e ponte. Mas todas mantiveram o formato clássico da Les Paul.
Para falar sobre timbre, características técnicas e construção da guitarra, vamos tomar
como referência a Les Paul GoldTop e a Standard, que podem ser consideradas os
modelos de Les Paul que são referências atualmente. Mas não vamos deixar de considerar algumas informações importantes sobre as outras séries da Les Paul, ok?Agora, vamos falar um pouco sobre timbre.

TIMBRE
O timbre das guitarras Les Paul é muito marcante, e isso se deve à forma de sua
construção, formato e tipos de captadores que possui. O seu timbre é quente,
encorpado, com bastante sustain e é bem presente nos médios e médios-agudos,
o que é notado principalmente nos modelos que possuem corpo e braço de mogno,
madeira que reforça bastante essas características.
Por possuir dois captadores humbuckers, nas posições braço e ponte, a Les Paul se torna uma guitarra ideal para tocar estilos que exploram a distorção. Com a possibilidade de um som mais aberto e agudo na posição ponte, é ideal para riffs e bases. Ela também
possui um timbre mais fechado e escuro na posição braço, que costuma ser bastante
explorado para se tocar jazz. E ainda existe a possibilidade de deixar o timbre ainda
mais “grave” fechando os botões “tone” de cada captador. O que percebemos é que,
mesmo sendo uma guitarra de dois captadores, é bastante versátil!

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

CONSTRUÇÃO BÁSICA: a Les Paul é uma guitarra de corpo maciço e com um corte
que permite fácil acesso às notas agudas. As mais clássicas costumam ser construídas
com escala de 22 casas e braço colado ao corpo do instrumento, e esse tipo de
construção contribui bastante para o timbre característico da Les Paul: o braço colado
permite maior ressonância entre essa parte e o corpo, trazendo mais sustain, timbre
encorpado e notas “quentes”, pois a vibração das frequências ocorrem por quase toda a
madeira da guitarra. Na prática, essas características vão casar muito bem com gêneros
musicais mais pesados, como o rock, e também mais suaves e que pedem sons
aveludados, como o jazz.

PONTE: o tipo de ponte que vamos encontrar nos modelos de Les Paul clássicos é a
tune-o-matic, ou ponte fixa, que vem combinada com um Cordal tipo Stopbar. Esse
modelo permite o ajuste da altura do Cordal e da ponte em relação ao corpo da
guitarra. Além disso, a ponte tune-o-matic possibilita a regulagem individual de cada
corda. Essa combinação também favorece para que a guitarra tenha um som encorpado e bastante sustain. Essas características fazem com que esse modelo de ponte permita
maior precisão para a regulagem do instrumento, e mude drasticamente a pegada da mão direita.

CAPTADORES: as primeiras guitarras Les Paul eram fabricadas com captadores P-90,
que são captadores Single Coil que ocupam o espaço de captadores humbucker. Esses
tipos de captadores foram os primeiros utilizados na série GoldTop de 1952. O timbre
desses captadores costuma ser brilhante, bastante limpo e encorpado. É um modelo que proporciona para a guitarra uma sonoridade Vintage. Depois de alguns anos, a partir de 1957, a Les Paul Custom surgiu com captadores humbuckers, quepossuem bobina dupla — dois singles coils lado a lado, com polaridades invertidas, fazendo que um elimine o ruído do outro. Por funcionar como “dois singles ao mesmo tempo”, o humbucker possui um som encorpado, de maior ganho e que responde muito bem a distorções e overdrives. Para falar das posições de captadores, vamos tomar como referência os modelos mais famosos de Les Paul, montados com captadores humbuckers PAF, utilizados na standard dos anos 1958-1960, 1968-2008, e Classic 57 da série Standard 2008.

POSIÇÃO 1: CAPTADOR PONTE
A posição ponte traz um timbre mais aberto, com maior brilho, presença de médios,
agudos, harmônicos e muito sustain. Responde muito bem a efeitos de distorção. É
uma posição bastante viável para tocar bases e sons com mais ataque. Dependendo do
nível de ganho natural do captador combinado com a madeira da guitarra, é possível que
nessa posição ocorra um overdrive natural, mesmo tocando sem utilizar efeitos de
distorção.
Experimente escutar a música “Cradle Rock”, executada pelo guitarrista Joe Bonamassa, e “Farewell Ballad”, executada por Zakk Wylde, para conhecer mais sobre a sonoridade da posição 1.

POSIÇÃO2: CAPTADOR PONTE + BRAÇO
A mistura do timbre dos dois captadores gera um resultado muito interessante, e pode ser considerada um diferencial do modelo. Nessa posição, vamos ter um timbre “fechado e aberto” ao mesmo tempo, soando bastante encorpado nas cordas mais graves, e com
brilho nas notas mais agudas. É possível perceber claramente o timbre dos dois captadores interferindo no resultado sonoro. Ao tocar notas mais graves, o timbre do
captador do braço sobressai com suas características de som encorpado e definido, mas
com o brilho do captador da ponte no fundo. Ao tocar notas médias e agudas, temos um
timbre um pouco estalado e brilhante, mas com uma característica um pouco escura. Por
ser uma guitarra que possui knobs de volume e tone independentes para cada captador, é possível mixar tone e volume das duas posições, e assim gerar uma enorme diversidade de timbres.
Confira o timbre dessa posição na música “Rock’n Roll”, do Led Zeppelin.

POSIÇÃO 3: CAPTADOR BRAÇO
Na posição braço da Les Paul, vamos encontrar um timbre mais rico em médios e
graves, com excelente ataque e sustain. É uma posição adequada para solos, pois é
possível perceber as notas com mais definição. Soa muito interessante em bases,
enriquecendo acordes e texturas, mas também responde muito bem a distorção, e por
possuir um timbre escuro e fechado é uma posição muito explorada por guitarristas de jazz.
Um ótimo exemplo para o timbre do captador do braço é a música “The Godfather Theme”, interpretada pelo Slash.

KNOBS
A guitarra Les Paul possui quatro knobs, com eles é possível controlar volume e tone de cada captador separadamente. Os que controlam o captador da posição braço, estão alinhados horizontalmente, próximos a ponte da guitarra. E os outros dois, que se localizam próximos ao jack, controlam o captador da posição ponte.Podemos também pensar na relação da chave seletora de captadores com os knobs:
-Chave pra cima, posição do captador do braço:
Os knobs a serem utilizados serão os dois de cima, próximos à ponte.
-Chave para baixo, posição do captador da ponte:
Os knobs utilizados serão os dois de baixo, próximos ao jack.
-Chave na posição meio, captador braço + ponte:

Utiliza-se os quatro knobs, já que essa é a posição que liga os dois captadores
simultaneamente. Para saber quais knobs tem a função volume e quais tem a função tone, basta pensar que os dois que se encontram alinhados verticalmente à ponte da guitarra, são os knobs de volume. E os outros dois são os knobs de tone. Essa configuração de volume e tone separados da Les Paul, traz uma grande variedade de timbres para a guitarra, uma vez que, com a chave seletora na posição meio, é possível mixar os dois captadores de maneiras diversas e criar diversos timbres.

MADEIRAS MAIS COMUNS

CORPO EM MOGNO
Os modelos mais clássicos costumam ser construídos com o corpo feito em mogno,
madeira bastante densa que traz para a guitarra um timbre quente e suave ao mesmo
tempo. Contribui para que a guitarra tenha um som equilibrado com excelente desempenho, com graves muito chamativos e agudos que não se destacam muito. O corpo em mogno pode ser considerado um grande contribuinte para o timbre encorpado, de grande profundidade, e com bastante sustain que encontramos nas guitarras Les Paul.

CORPO EM MOGNO COM TAMPO DE MAPLE
O Corpo em mogno com tampo em maple é uma forma de construção muito clássica, e foi utilizada na Les Paul GoldTop. Com essa combinação, o instrumento ganha as melhores propriedades que poderiam se retirar das duas madeiras. Com uma sonoridade rica, quente e ressonante teremos a suavidade do mogno, recorrendo a graves com bom
sustain, assim como claridade extra, definição, e som cortante acrescentados pela
densa capa do maple.

BRAÇO EM MOGNO COM ESCALA EM ROSEWOOD (JACARANDÁ)
O braço em mogno com escala em rosewood (jacarandá), é uma combinação bastante
clássica, não só na Les Paul como também em outros modelos de guitarra. O mogno tem um timbre intenso e escuro com boa presença nos médios-graves. O emparelhamento do mogno/Rosewood(Jacarandá) contribui com agudos espessos, graves suaves, e um bom alcance de médios que não chegam a ser barulhentos.

BRAÇO EM MOGNO COM ESCALA EM ÉBANO
A combinação do braço em mogno com escala em ébano, contribui um pouco mais com
clareza, e definição, quando comparada com o braço da guitarra de mogno/rosewood.Sendo uma madeira muito densa e dura, o ébano proporciona agudos fortes, acentuados e graves controlados. O fundo em mogno contribui com brilho e
suavidade. O ébano também reveste muito bem o braço do instrumento, e não desgasta
tão facilmente com o passar dos anos e com a pressão dos dedos e cordas.

ESTILOS QUE MAIS COMBINAM
A Les Paul é uma guitarra muito versátil e é utilizada por guitarristas de estilos musicais
distintos. O seu timbre encorpado e fechado combina bastante com música instrumental
como jazz e no country e swing, onde ela foi muito utilizada pelo próprio Les Paul. Devido
a característica de possuir um timbre bastante definido, o guitarrista Bob Marley soube
combinar muito bem a Les Paul com o swingado do reggae. Além desses dois estilos
citados, esse modelo de guitarra funciona perfeitamente com outros estilos que
valorizam o timbre limpo. Mas, o que transformou a Les Paul em uma guitarra popular e
conhecida por todos, foi o seu timbre distorcido explorado por guitarristas de blues,
rock’n roll e heavy metal, como Gary Moore, Slash, Jimmy Page e Zakk Wylde. A
guitarra encaixa tão perfeitamente nesses estilos que nos levam a impressão de que foi
criada para os mesmos.

GUITARRISTAS FAMOSOS QUE UTILIZAM
Lembre-se que, antes de comprar a sua Les Paul, é importante tocar na guitarra para
conhecer como é o seu timbre, pois sempre haverá variação de acordo com a maneira que a guitarra foi construída, matéria prima e peças utilizadas, Para ajudar a conhecer melhor o timbre da Les Paul, segue abaixo uma lista de alguns dos maiores guitarristas que ajudaram a consagrar esse modelo:

Les Paul (1915 – 2009)World Is Waiting For The Sunrise
Paul McCartney (1942)Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band
Jimmy Page (1944)Whole Lotta Love
Bob Marley (1945 – 1981)Positive Vibration
Eric Clapton (1945) – Participação em While My Guitar Gently Weeps
Pete Townshend (1945)Won’t Get Fooled Again
Duane Allman (1946 – 1971)Blue Sky
Billy Gibbons (1949) – Gimme All Your Lovin’
Mark Knopfler (1949)Money For Nothing
Joe Perry (1950)Dream On
Peter Frampton (1950)Shine On
Ace Frehley (1951)Shock Me
Paul Stanley (1952)Black Diamond
Gary Moore (1952)Still got the Blues
Alex Lifeson (1953)Earthshine
Randy Rhoads (1956)Crazy Train
Adrian Smith (1957)Running Free
The Edge (1961)One
Michael Weikath (1962)Power
James Hetfield (1963)Turn The Page
Doug Aldrich (1964)Solo
Slash (1965)You’re A Lie
Samuel Rosa (1966)Três Lados
Zakk Wylde (1967)Funeral Bell
Joe Bonamassa (1977)Lonesome Road Blues
Matt Heafy (1986)In Waves
Rafael Bittencourt (1971)Nova Era
Marco Túlio (1971)Encontrar Alguém

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Conheça a Guitarra Stratocaster

MODELOS CLÁSSICOS DE GUITARRA Por: Gustavo Lacerda e Gustavo Fofão

Na hora de comprar uma guitarra, é muito comum surgir a dúvida: “Qual modelo comprar?”, principalmente quando se trata da sua primeira guitarra. Por isso, hoje estamos começando uma série de textos que vai tratar do tema “Modelos Clássicos de Guitarra“. Vamos descrever os modelos mais clássicos e famosos, citando as suas características técnicas, timbre, estilos musicais que mais combinam e listando guitarristas famosos que não largam mão dessas super-guitarras.
O primeiro modelo que vamos descrever é a famosa Stratocaster.

Então vamos lá!

STRATOCASTER

HISTÓRIA
A Stratocaster surgiu em 1954, uma obra prima que saiu das mãos do inventor Leo Fender. Este novo modelo de guitarra trouxe, na época, muitas inovações para o instrumento, como um novo design que foi baseado em opiniões de músicos profissionais, equipe da Fender e do criador Leo Fender, e trouxe mais conforto e melhor tocabilidade para os guitarristas. Uma das grandes novidades da Stratocaster foi a inserção de um terceiro captador, que proporcionou maior diversidade de texturas e timbres.
A maior inovação desse modelo foi, sem dúvidas, o lançamento de um novo tipo de ponte com vibrato, chamada “tremolo bridge”. Essa ponte foi criada para permitir que os guitarristas pudessem fazer bends nas cordas, alcançando uma sonoridade semelhante ao som do efeito do pedal das guitarras Steel, instrumento muito popular na Country Music da época.
O modelo de guitarra Stratocaster sofreu pequenas alterações desde o projeto de 54, e com certeza revolucionou a música popular. É uma das guitarras mais conhecidas e influentes, escolhida por guitarristas de todos os níveis e estilos musicais. Seu timbre é muito versátil, e até hoje é apreciado e respeitado pelos fãs de guitarra em todo o mundo.

TIMBRE
O timbre clássico desse modelo de guitarra é reconhecido pelos ataques com bastante presença e pelo som estalado, que é muito presente nos solos de blues e nas bases de funk. Combinada com uma boa distorção, a Strato produz um som cru, visceral, e muitas vezes as posições de captadores 1, 2 e 5 são utilizadas com esse propósito (vamos falar com mais calma sobre a captação na sequência). Também é possível alcançar sonoridades mais aveludadas e doces mudando os valores dos knobs de tone, e escolhendo a 4ª e 5 ª posições.
Nossa conclusão é de que realmente trata-se de uma guitarra extremamente versátil, o que pode ser confirmado quando percebemos que diversos guitarristas de estilos diferentes costumam manter uma Strato por perto, ou então usam exclusivamente guitarras desse modelo!

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

CONSTRUÇÃO BÁSICA: a Stratocaster é geralmente uma guitarra de corpo maciço, com um design que proporciona grande conforto para o guitarrista. O seu corte permite que o guitarrista alcance com facilidade regiões do braço que ultrapassam a décima segunda casa, permitindo fazer solos até a última casa tranquilamente. Algumas Stratos tem 21 casas, outras 22. Com braço parafusado ao corpo, a guitarra ganha uma contribuição para os timbres estalados e brilhantes: A falta de contato entre braço e corpo diminui a região de ressonância das frequências geradas pelas cordas da guitarra, e fazem que o timbre seja mais cortante. É possível conseguir sonoridades mais aveludadas e notas quentes mudando os knobs de tone e fazendo a correta seleção de captadores, mas quando as cordas são tocadas com ataque e convicção, ela responde com notas estaladas e bastante definidas, fator que caracteriza bastante o modelo. Além do braço parafusado, outros fatores contribuem para que ela tenha esse timbre característico, como os tipos de captadores (single-coil), as madeiras utilizadas e a ponte móvel (tremolo). Agora vamos discutir com um pouco mais de detalhe essas características.PONTE:o tipo de ponte mais comum encontrado nas Stratocasters é a ponte tremolo. Além do importante papel de segurar as cordas, regular a afinação e manter as cordas em contato com o corpo da guitarra, esse modelo de ponte possui um diferencial, pois trata-se de uma peça móvel. Isso quer dizer que é possível alterar a tensão das cordas “puxando” ou “empurrando” a alavanca (whammy bar/tremolo bar/tremolo arm…) por alguns instantes, o que consequentemente muda a altura das notas tocadas. Peça fundamental para o desenvolvimento de diversos estilos na guitarra, desde a Surf Music e o Rock Progressivo até os virtuosismos do Hard Rock e Metal, é tão clássica quanto a própria Strato.

CAPTADORES: o modelo clássico de Stratocaster possui 3 captadores Single-Coil. Porém, existem modelos com outras configurações, como captadores Humbuckers na posição de ponte, ou ponte e braço.
As posições de captadores mais comuns em uma Strato são: Braço, Meio e Ponte. Cada uma possui diferentes características de timbres que podem ser escolhidos e combinados com a chave seletora
de captadores de 5 posições. Sendo assim, é possível conseguir muitos timbres diferentes, o que proporciona grande versatilidade.

Posição 1 : Captador Ponte
Essa posição é bastante rica em agudos, proporciona um timbre mais claro e aberto. Responde bem a overdrives e distorções, e é muito interessante para bases mais definidas. Experimente escutar a base da música “Charlie”, da banda Red Hot Chili Peppers, para conhecer um pouco mais sobre a sonoridade da posição. Confira aqui.

Posição 2 : Captador Ponte + Meio
A segunda posição é considerada o “hot spot” das Stratos. Ela faz um mix dos captadores da ponte + central, e produz um som com menos presença em comparação à primeira posição, mas que ganha muito nos agudos destacados e no brilho. Experimentar o timbre estalado (“quack!”) é tarefa obrigatória para o guitarrista que põe as mãos em uma Strato pela primeira vez. Muito útil para bases com suingue e solos que necessitam de dinâmica. Experimente escutar trechos da música “Sultans of Swing”, da banda Dire Straits, para entender um pouco mais sobre a sonoridade da posição. Confira aqui.

Posição 3: Captador Meio
Um pouco menos aberto que a posição da ponte, reforça os médios e traz pra guitarra um timbre mais seco. Muito interessante para bases funkeadas, e solos com médios reforçados e timbre cru.
Confira o timbre da posição 3 ouvindo a música “Layla” do grande guitarrista Eric Clapton.
Confira aqui.

Posição 4: Captador Meio + Braço:
Esta é outra posição considerada por muitos a “marca registrada da Stratocaster”, juntamente à 2ª. Dessa vez, o mix acontece entre os captadores da ponte e central, gerando um timbre estalado e com os graves muito presentes, e que não perde o tão querido “quack” (timbre estalado e cru). Uma boa escolha pra tocar com os dedos, para bases groovadas e para acordes rechonchudos. Uma boa pedida para conhecer mais sobre a sonoridade da 4ª posição, é a música “Lenny”, de Stevie Ray Vaughan. Confira aqui.

Posição 5: Captador Braço:
Essa posição tem uma característica mais fechada em seu timbre, ideal para solos.
Efeitos como overdrives e distorções caem muito bem, e não embolam o som das notas.
Com ou sem efeitos, os solos ficam com as notas bastante definidas. Graças ao timbre fechado que se assemelha ao som de “U“ ou “Ô“.
Um belo exemplo da sonoridade que se consegue com a escolha da 5ª posição é a música “I Don’t Trust Myself (With Loving You)”, do John Mayer. Confira aqui.

KNOBS
A Stratocaster clássica tem 3 knobs em seu corpo. E quando estamos posicionados com a guitarra para tocar, a visão que temos dos knobs é a sequência “Volume“ , “Tone1 “ e “Tone 2“.

Volume: Regula o volume geral dos captadores da guitarra.

Tone1: O knob Tone 1 está posicionado ao lado do controle de Volume, e permite variações de timbres nas posições 2, 3 e 4 da guitarra. Quanto mais “fechado” (próximo do 0) o knob, mais “grave” fica o timbre. Esse knob controla o captador da posição “Meio”.

Tone2: O knob tone 2 é o que fica posicionado entre o Tone 1 e o Jack da Guitarra. Possui o mesmo efeito do Tone 1, mas proporciona mudanças diferentes no timbre, pois controla o captador da posição “Braço”. Logo, irá influenciar diretamente nos timbres das posições 4 e 5.

MADEIRAS MAIS COMUNS

Corpo em Alder, Ash
Os modelos mais clássicos tem o corpo feito em Ash, madeira densa e super resistente, que atua reforçando o ataque e definindo bastante os médios e graves. Mais uma componente que resulta no clássico timbre estalado, e num som mais agressivo.
Modelos que possuem Alder no corpo geralmente apresentam timbre mais quente, com graves ricos e definidos. Perdem um pouco em ataque em comparação com modelos em Ash, mas ganham bastante em sustain.

Braço em Maple
O braço em maple é característica super marcante das Stratos. É uma madeira clara, de bonito visual, e a contribuição dela para o timbre é nada mais nada menos do que a essência do modelo: o brilho e som estalado tão desejado pelos amantes do funk, reggae e blues.

Escala em Maple, Rosewood
Combinada ao braço de maple, a escala da mesma madeira reforça ainda mais o som característico da stratocaster… é tão estalado que as notas parecem “pular” da guitarra quando tocamos com mais força! Os modelos que apresentam rosewood tem o som mais quente e fechado, uma combinação tão interessante quanto a variante mais brilhante, pois proporciona novas nuances, e torna as vozes
dos acordes mais ricas.

ESTILOS QUE MAIS COMBINAM

Por ser um modelo de guitarra muito apreciado, e muito versátil, a Stratocaster combina com muitos estilos, e é utilizada por guitarristas de gêneros musicais bem distintos.
É presença constante no Blues e Rock’n Roll, mas encontramos modelos de Strato com captadores Humbucker (Posição Ponte, ou Braço e Ponte), e outras variações (como a ponte floyd rose) nas mãos de guitarristas de Hard Rock e Heavy Metal. Outro fator que a torna tão versátil é a boa receptividade às distorções e drives.
Por ter um timbre bastante limpo e cristalino, a Strato também é muito utilizada por guitarristas de música Pop, Funk e também Axé Music. Estilos musicais que abordam ritmos funkeados e suingados também funcionam perfeitamente com esse modelo de guitarra.

GUITARRISTAS FAMOSOS QUE UTILIZAM

Para conhecer melhor o som da Stratocaster, a melhor maneira é procurar ouvir e tocar no instrumento. Então, recomendamos que escute essas músicas de alguns dos guitarristas que contribuíram e ainda contribuem para que a Strato continue sendo uma das guitarras mais apreciadas do mundo.

Buddy Guy (1936) – Leave My Girl Alone
Jimi Hendrix (1942 – 1970) – Foxy Lady
Jeff Beck (1944) – Brush With The Blues
Eric Clapton (1945) – Wonderful Tonight
Ritchie Blackmore (1945) – The Battle Rages On
David Gilmour (1946) – Money
Rory Gallagher (1948 – 1995) – Bad Penny
Mark Knopfler (1949) – Sultans of Swing 
Jimmie Vaughan (1951) – Six Strings Down 
Stevie Ray Vaughan (1954 – 1990) – Testify 
Eric Johnson (1954) – Cliffs of Dover 
Dave Murray (1956), Adrian Smith (1957) e Janick Gers (1957) – Iron Maiden – Ghost of Navigator 
Richie Sambora (1959) – You Give Love a Bad name 
Yngwie Malmsteen (1963) – Black Star
Edu Ardanuy (1967) – Eternity
John Frusciante (1970) – Charlie
John Mayer (1977) – Belief 
Joe Bonamassa (1977) – You Upset Me Baby
Josh Klinghoffer (1979) – Meet Me at the Corner

Confira um Vídeo meu tocando com minha Stratocaster.

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